EDITORIAL — N. 006 — 23/09/2012

24/09/2012 00:19

EDITORIAL N.006

Na janela “Como é”, desta sexta edição do jornal “Qorpus”, destaco o ensaio “Poesia e subjetividade”, da professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Esther Maciel. Nesse ensaio, Maciel discute a potencialidade de a poesia “passar as fronteiras ou os confins do humano” para chegar ao animal: “ao animal em si, ao animal em mim e ao animal em falta de si mesmo”. Pensar a animalidade tem sido, ultimamente, um instigante tema nos debates culturais, nas mais diversas áreas. Na nossa Universidade, a discussão da relação entre homem e mulher, homem e animal e o fracasso (ou a estranheza) dessa relação são os temas do monólogo “Peixe sente dor (!)”, de Márcio Cabral, com atuação de Lorenzo Lombardi, que foi apresentado, em julho deste ano, numa única sessão, na Universidade Federal de Santa Catarina, mas que deverá novamente entrar em cartaz em breve.

“Pássaro no espaço”, de Constantin Brancusi

Ainda na janela “Como é”, outro destaque é o ensaio da professora da Universidade Federal do Paraná, Sandra Stroparo, especialista e tradutora de Mallarmé. Nesse ensaio, ela fala sobre o teatro do grande escritor francês. Stroparo lembra que “Ele próprio escreveu vários textos dramáticos — e dramatizáveis. ‘Hérodiade’, poema narrativo e dramático, foi escrito e reescrito durante toda sua vida. ‘L’après-midi d’un faune’, poema originalmente publicado com ilustrações de Manet, tornou-se no século XX uma peça de balé com música de Debussy e coreografia de Nijinski, numa montagem definitivamente clássica.”

Nijinski, Fauno, 1912

Também na mesma janela um ensaio poético da professora da Universidade de São Paulo, Aurora Bernardini, sobre o ensino do “primário ao doutorado”: “Apesar de meu escrito se dirigir mais a universitários (estou preparando uma questão que uma jornalista me propôs : ‘É possível uma Tese sem Teoria?’), vou começar pelo básico – e não apenas por questões de saudosismo tipo ‘Como era verde meu vale’, mas porque a própria sabedoria popular sabe que é desde pequenino etc…”

Ainda em “Como é”, Tobias Nunnes discute a peça “Tragédia endogonidia”, de Romeo Castelucci e sua Cia.

Lorenzo Lombardi faz, nessa janela, uma reflexão sobre o papel do ator.

Leandro da Silva Batista, finalmente, fala sobre o xamã nas mídias contemporâneas.

Totem, “Os Simpsons”

Em “… à procura de um autor”, Marina Veshagem entrevista, com exclusividade para o “Qorpus”, o múltiplo artista Jorge Bodanzky.

Na janela “Teatro na Praia”, dois poemas, um de Bruno Felipe Rothbarth Decker, “viver das life”, e outro de Tobias Nunnes, “Inverno”; e uma crônica de Priscila Andreza de Souza. Por fim, Gisela Aparecida Farias faz uma experiência de leitura com um texto do polêmico Paulo Coelho, e Francielly Cabral nos apresenta, oralmente, seus rituais diários.

“Um livro de nonsense”, de Edward Lear

Na agenda cultural, os destaques são os 200 anos do escritor, pintor e desenhista inglês Edward Lear; a Feira de Livros da EdUFSC, que ocorre de 24 de setembro a 25 de outubro; e a Mostra de Artes Cênicas (MAÇÃ) da UFSC, no início de outubro. Vale a pena conferir também, em vídeo, como foi o Bloomsday 2012 de Florianópolis.

Boa leitura,
Dirce Waltrick do Amarante