Escrevendo Projetos em Epifania – Ivan Conte

Escrevendo Projetos em Epifania

 

Ivan Conte*

Na minha idade média, pela travessa cultural andava, nas enviesadas ruas ao Castelo caminhava, e no trajeto sempre me perdia, em labirinto com metáfora, de  um projeto a ser escrito havia, numa ilha embaralhada, quando da Sibéria com nostalgia recordava, num relance em que burocracia enxaqueca me causava, um bar olhou pra mim, e então entrei em seu olhar – não tive culpa, nesta nova vez, episódios doutra vez:

Tão simples convicção, história como ficção, Ficção como a História, ainda não eram dias de teorias na praça tecer, a taça quase graduada no quase amanhecer, mas tão alto não estava, quando minha vez, jogar chegara, percebia que versos arabescos me fitava, confuso na areia e vento, ampulheta atirava. Meus fraternos ávidos por grãos ciscavam, com lentes sombrias mãos hábeis areia ocultavam, em silêncio no sabor copas em meus olhos refratada, da pena em tintas oceano mergulhada, nos meus braços asas desenhava. Quando grito em barco irrompeu, “oh bastardos, meu eu Romeu em Roma, tudo oh perdeu!”…

Sem vinténs, naturalmente no baile barrado o projeto flutuava. Entrementes devaneio era, na idade média meu romance inacabado, sonhos-livros inteiros no peito amassava: em divã imaterial de meu corpo xamã epifanias anotava, crente nas messiânicas boas novas, no surgir das iluminações futuras, relembranças redentoras, vindouras no renascer portador da esperança do sublime ao acaso. Consultando agora, nos arquivos indecisos, onde tão rápidos e fantásticos, as ideias enquanto coelhos, que Alice encantada pelo mágico a porta fundamental abraçava, escorregando o coelho inatingível no terreno movediço entre os dedos do imprevisto, o baralho místico despido das estrelas se mostrava. (Puxa, puxa o  estrangeiro estou ouvindo agora…)

Voltas em torno do Sol nos braços da Terra circulara, nas asas da onda mensagem sublime me levara…**

 

 

outubro de 2015,

(como lembrança aos tempos de História)

 

* Ivan Conte será o futuro escritor de “Inacabada Obra, Inacabada Vida”, dissertação em construção, orientada pelo professor e poeta Sérgio Medeiros. Esperamos que os deuses permitam que a escrita de Ivan verdadeiramente aconteça, e que a obra seja acabada no sentido nobre do termo.

** Talvez, continue…