Horacio Quiroga e “Los ‘trucs’ del perfecto cuentista” – Tradução de Willian Henrique Cândido Moura

Horacio Quiroga e “Los ‘trucs’ del perfecto cuentista”

 Willian Henrique Cândido Moura

Universidade Federal de Santa Catarina[1]

 

Assim como Horacio Quiroga apresenta no início deste ensaio a lembrança de outro texto seu publicado anteriormente, busco, neste trabalho, fazer o mesmo. O texto ao qual Quiroga faz menção, pode ser encontrado na edição de número 28 deste mesmo jornal, em que lhes apresentei El manual del perfecto cuentista (vide Horacio Quiroga e o “Manual del perfecto cuentista”, Qorpus, n. 28). Portanto, gostaria de introduzir este artigo, nesta edição do jornal Qorpus, da seguinte maneira:

“Dias atrás, nestas mesmas páginas, comentávamos alguns truques inocentes que todo contista recorre quando o assunto é sua profissão.” A partir disso, Quiroga nos apresenta outros truques que fazem parte da profissão de escritor contista. O autor aborda os contos folclóricos, chamados também de relatos de cor local ou relatos de ambiente, que nada mais são do que contos de literatura local, em que as características literárias do lugar e da região estão presentes. Muitas dessas características, segundo o próprio Quiroga, podem não ser claras a uma primeira leitura, que é quando pecam alguns escritores de folclore que tendem a explicar, seja no decorrer do texto, seja em notas de rodapé, as informações regionais presentes no texto que carregam em si, a essência do conto folclórico.

 

Os truques do contista perfeito 

Horacio Quiroga

Tradução de Willian Henrique Cândido Moura

 

Dias atrás, nestas mesmas páginas, comentávamos alguns truques inocentes que todo contista recorre quando o assunto é sua profissão. Uma história – anotamos previamente – pode surgir de uma peça, sem que tenha recorrido a truque algum para sua confecção. Foram vistos casos. Mas quão raros e que cúmulo de decepções têm proporcionado a seu autor!?

Pois, por mais diferente que pareça, o público honesto exige do conto, como exige de uma mulher lindíssima, algo mais que sua extrema nudez. A íntima arte do conto deve valer-se de ligeiras formosuras, pequenos encantos muito visíveis, que o contista se preocupa em disseminar aqui e ali por sua história.

Essas belezas levianas, ao alcance de todos e por todos usadas, constituem os truques da arte de contar.

Desde o nascimento imemorável dessa arte, os relatos de cor local – ou de ambiente, como também são chamados com maior amplitude – têm constituído um desideratum na literatura. Os motivos são óbvios: evocar, perante os olhos de um cidadão de uma grande cidade, a natureza anônima de qualquer região perdida no mundo, com seus tipos, modalidades e costumes, não é uma tarefa ao alcance do primeiro publicitário urbano. O mínimo que um conto de ambiente pode exigir de seu criador é um conhecimento cabal do país pintado: ter sido, em uma palavra, um elemento local desse ambiente.

As estatísticas levantadas sobre esse gênero são muito rigorosas e comprovam a afirmação anterior. Não se conhece nenhum criador de contos camponeses, mineiros, navegantes, vagabundos, que antes não tenham sido, com maior ou menor eficácia, camponeses, mineiros, navegantes e vagabundos profissionais; isto é, elementos fixos de um ambiente que mais tarde utilizaram (exploramos, dizemos) em seus relatos de cor.

“Só é capaz de evocar uma cor local quem, sem consciência de sua posição, tenha sido um dia cor dessa localidade”. Esta frase conclui a estatística que mencionamos. Nós costumamos dizer, sem conseguirmos entender muito bem: temos que viver o ambiente, assim como a vida, a dor e o amor.

Dito isso, quão pobre seria nossa literatura de ambiente se para exercê-la deveríamos ter sido previamente um anônimo de cor local!?

Por sorte, existe um truque salvador. Graças a ele, os relatos de ambiente não nos exigem essa conjuntura fatal de elementos nativos, pela qual uma paisagem requer alguém que a autorize, e ambos, uma história que os justifique. A justificativa da cor, muito mais que a da tiragem, tem envelhecido prematuramente muitos escritores.

O truque salvador consiste no folclore. O dia em que um principiante avisado denominou seus relatos, sem nenhuma razão, como “obra folclórica”, criou duas grandes satisfações: uma patriótica e a outra profissional.

Geralmente se consegue um relato folclórico, oferecendo ao leitor uma paisagem gratuita e um diálogo em português mal-falado. Raramente a paisagem não tem nada a ver com os personagens, nem estes precisam de paisagem para seu exercício. Porém, tal pedaço de natureza sim, porque a língua dos protagonistas e os ponchos que os abrigam caracterizam, sem maior fusão de elementos que os apontados, o conto folclórico.

É certo que nem sempre as coisas chegam a essa amplitude. Às vezes é só um personagem: mas então a paisagem o absorve completamente. Em tais casos, o personagem recorda ou medita em voz alta, a fim de que sua linguagem nativa provoque a desejada e doce impressão de cor local nacional, ou seja, de folclore.

Há algum tempo atrás acreditou-se ser imprescindível, no conto folclórico, relatar as duas ou três lendas aborígenes de cada canto andino. Hoje, mais hábeis, compreendemos bem que uma mula, uma terminação de palavra viciosa e uma manta tingida (aos pintores costuma bastar somente a última) constituem a entranha do folclore nacional.

O resto – poderíamos dizer desta vez com segurança – é literatura.

Várias vezes ouvi meus amigos exaltarem a importância que os detalhes de um ofício, mais ou menos manual, têm para uma impressão viva de cor local. Conhecer, por tamanho, os fios de arame; os tipos de cordas que compõem os cabos da marinha, sua procedência e sua tensão; a denominação dos galos pelo seu peso de rinha; esses e cada um dos detalhes técnicos que comprovam o domínio que o autor tem de seu ambiente constituem truques de exemplar eficácia.

“João procurou por todas as partes os pinos (parafusos, dizemos na técnica/prática), que deveriam prender seu volante. Não os encontrando, resolveu a situação com dez pregos de oito polegadas, o que lhe permitiu martelar sobre o suporte e ficar satisfeito com sua obra”.

Não é comum ter em mente as medidas que podem ter um prego de oito polegadas. Indubitavelmente, o autor as recorda. E sabe, além disso, que um prego de tal longitude ultrapassa o suporte em questão – sem termos advertido, por outro lado, quais dimensões tinha aquele -, mas esse seu expresso esquecimento, essa nossa confusão, e o personagem ter ficado satisfeito com sua obra, são pequenos truques que nos fazem julgar tal relato como vivo.

A esse gênero de detalhes pertencem os termos específicos de uma técnica sempre de grande efeito. “O motor golpeava”, “Estava com bronquite”.

Observei com surpresa que alguns contistas de folclore cuidam em explicar com notas de rodapé, ou no texto mesmo, o significado das expressões de ambiente. Este é um erro. A impressão de ambiente não se obtém senão com grande audácia, que nos faz dar por perfeitamente conhecidos os termos e os detalhes da vida no país. Toda nota explicativa em um relato de ambiente é uma covardia. O contista que não se atreve a perturbar seu leitor com giros ininteligíveis para isso, deve trocar de profissão.

“Toda história de cor local deve passar a impressão de ser contada exclusivamente para as pessoas desse ambiente”. Terceiro aforismo da estatística.

Entre os pequenos truques disseminados por um relato, seja qual for seu gênero, existem alguns que, pela sutileza com que estão disfarçados, merecem uma atenção especial.

 

Por exemplo, não seria o mesmo dizer: “Uma mulher muito magra, de olhar muito fixo e com um vago semblante cadavérico”, que “Uma mulher com um vago semblante cadavérico, muito magra e de olhar fixo”.

Na literatura, a ordem dos fatores altera profundamente o produto.

Segundo deduzo de minhas leituras, nessas ligeiras inversões, de aparência frívola, reside o dom de caracterizar personagens. Uma vez vi um amigo meu fumar um cigarro inteiro antes de encontrar a ordem correspondente a dois adjetivos. Não apenas um cigarro, como três xícaras de café, custou a um celebríssimo contista francês a construção da seguinte frase:

Estendeu as mãos para frente, retrocedendo…” A outra versão era, naturalmente: “Retrocedeu, estendendo as mãos para frente…

Essas pequenas torturas da arte ficam, naturalmente, também no rascunho dos estilos mais fluidos e transparentes.

Os contos denominados “fortes” podem ser obtidos com facilidade sugerindo habilmente ao leitor, enquanto ele se penaliza com as desventuras do protagonista, a impressão de que este sairá bem no final. É um trabalho fino, porque é possível realizá-lo com êxito.

O truque consiste, claramente, em matar o personagem apesar de tudo.

Esse truque poderia se chamar “da piedade”, porque os contistas que o usam necessitam dela.

Da observação de alguns casos, comuns a todas as literaturas, pareceria deduzir que nem todos os contistas possuem as faculdades correspondentes a sua vocação. Alguns carecem da visão de conjunto; outros veem com dificuldade o cenário teatral de seus personagens; outros de passar uma vaga impressão, esvoaçante, poderíamos dizer, como um pássaro ainda filhote, que pretende rodopiar dentro de uma jaula que não existe.

Nesse último caso, o contista escreve em prosa.

A arte de agradar aos homens, a de aqueles que se denominam geralmente “escritores para homens”, é alcançada ao empregar-se uma linguagem mal escrita. Informam-me de que em outros países isso não é indispensável. Entre nós, não conheço outro método eficaz senão exagerar contrariamente o conhecimento da língua.

Sobre a arte de agradar às mulheres, a de aqueles que se denominam geralmente “escritores para damas”, também pudemos nos informar com a devida atenção. Parece ser um dom de sensibilidade particular, que escapa à maioria dos escritores.

 

Los ‘trucs’ del perfecto cuentista – Horacio Quiroga

Días atrás en estas mismas páginas, comentábamos algunos trucs inocentes a que recurre todo cuentista que cuida en lo que vale de su profesión. Una historia —anotamos previamente— puede surgir de una pieza, sin que se haya recurrido a truc alguno para su confección. Se han vistos casos. Pero ¡cuán raros y qué cúmulo de decepciones han proporcionado a su autor!

Pues, por extraño que parezca, el honesto público exige del cuento, como de una mujer hermosísima, algo más que su extrema desnudez. El arte íntimo del cuento debe valerse con ligeras hermosuras, pequeños encantos muy visibles, que el cuentista se preocupa de diseminar aquí y allá por su historia.

Estas livianas bellezas, al alcance de todos y por todos usadas, constituyen los trucs  del arte de contar.

Desde la inmemorial infancia de este arte, los relatos de color local —o de ambiente, como también se les llama con mayor amplitud— han constituido un desideratum en literatura. Los motivos son obvios: evocar ante los ojos de un ciudadano de gran ciudad la naturaleza anónima de cualquier perdida región del mundo, con sus tipos, modalidades y costumbres, no es tarea al alcance del primer publicista urbano. Lo menos que un cuento de ambiente puede exigir de su creador es un cabal conocimiento del país pintado: haber sido, en una palabra, un elemento local de ese ambiente.

Las estadísticas muy rigurosas levantadas acerca de este género comprueban el anterior aserto. No se conoce creador alguno de cuentos campesinos, mineros, navegantes, vagabundos, que antes no hayan sido, con mayor o menor eficacia, campesinos, mineros, navegantes y vagabundos profesionales; esto es, elementos fijos de un ambiente que más tarde utilizaron (explotamos, decimos nosotros) en sus relatos de color.

«Sólo es capaz de evocar un color local quien, sin conciencia de su posición, ha sido un día color de esa localidad». esta frase concluye la estadística que mencionamos. Nosotros solemos decir, sin lograr entendernos mucho: el ambiente, como la vida, el dolor y el amor, hay que vivirlos.

Sentado esto, ¡cuán pobre sería nuestra literatura de ambiente si para ejercerla debiéramos haber sido previamente un anónimo color local!

Existe, por suerte, un truc salvador. Gracias a él los relatos de ambiente no nos exigen esa conjunción fatal de elementos nativos, por la cual un paisaje requiere un tipo que lo autorice, y ambos, una historia que los justifique. La justificación del color, mucho más que la del tiraje, ha encanecido prematuramente a muchos escritores.

El truc salvador consiste en el folklore. El día en que el principiante avisado denominó a sus relatos, sin razón de ser, «obra de folklore», creó dos grandes satisfacciones: una patriótica y la otra profesional.

Un relato de folklore se consigue generalmente ofreciendo al lector un paisaje gratuito y un diálogo en español mal hablado. Raramente el paisaje tiene nada que ver con los personajes, ni éstos han menester de paisaje alguno para su ejercicio. Tal trozo de naturaleza porque sí, sin embargo; la lengua de los protagonistas y los ponchos que los cobijan caracterizan, sin mayor fusión de elementos que la apuntada, al cuento de folklore.

No siempre, cierto es, las cosas llegan a esta amplitud. A veces es sólo uno el personaje: pero entonces el paisaje lo absorbe todo. En tales casos, el personaje recuerda o medita en voz alta, a fin de que su lenguaje nativo provoque la ansiada y dulce impresión de color local nacional; esto es, de folklore.

En un tiempo ya lejano se creyó imprescindible en el cuento de folklore el relatar las dos o tres leyendas aborígenes de cada rincón andino. Hoy, más diestros, comprendemos bien que una mula, una terminación viciosa de palabra y una manta teñida (a los pintores suele bastarles sólo lo último) constituyen la entraña misma del folklore nacional.

El resto —podríamos decir esta vez con justicia— es literatura.

Varias veces he oído ensalzar a mis amigos la importancia que para una viva impresión de color local tienen los detalles de un oficio más o menos manual. El conocimiento de los hilos de alambrado, por números; el tipo de cuerdas que componen los cables de marina, su procedencia y su tensión; la denominación de los gallos por su peso de riña; éstos y cada uno de los detalles de técnica, que comprueban el dominio que de su ambiente tiene el autor, constituyen trucs de ejemplar eficacia.

«Juan buscó por todas partes los pernos (bulones, decimos en técnica) que debían asegurar su volante. No hallándolos, salió del paso con diez clavos de ocho pulgadas, lo que le permitió remacharlos sobre el soporte mismo y quedar satisfecho de su obra».

No es habitual retener en la memoria el largo y grueso que puede tener un clavo de ocho pulgadas. El autor lo recuerda, indudablemente. Y sabe, además, que un clavo de tal longitud traspasa el soporte en cuestión —sin habernos advertido, por otra parte, qué dimensiones tenía aquél—, Pero este expreso olvido suyo, esta confusión nuestra y el haber quedado el personaje satisfecho de su obra son pequeños trucs que nos deciden a juzgar vivo tal relato.

A este género de detalles pertenecen los términos específicos de una técnica siempre de gran efecto. «El motor golpeaba», «Hizo una bronquitis».

He observado con sorpresa que algunos cuentistas de folklore cuidan de explicar con llamadas al pie, o en el texto mismo, el significado de las expresiones de ambiente. Esto es un error. La impresión de ambiente no se obtiene sino con un gran desenfado, que nos hace dar por perfectamente conocidos los términos y detalles de vida del país. Toda nota explicativa en un relato de ambiente es una cobardía. El cuentista que no se atreve a perturbar a su lector con giros ininteligibles para éste debe cambiar de oficio.

«Toda historia de color local debe dar la impresión de ser contada exclusivamente para las gentes de ese ambiente». Tercer aforismo de la estadística.

Entre los pequeños trucs diseminados por un relato, sea cual fuere su género, hay algunos que por la sutileza con que están disfrazados merecen especial atención.

Por ejemplo, no es lo mismo decir: «Una mujer muy flaca, de mirada muy fija y con vago recuerdo de ataúd», que «Una mujer con vago recuerdo de ataúd, muy flaca y de mirada fija».

En literatura, el orden de los factores altera profundamente el producto.

Según deduzco de mis lecturas, en estas ligeras inversiones, de apariencia frívola, reside el don de pintar tipos. He visto una vez un amigo mío fumar un cigarrillo entero antes de hallar el orden correspondiente a dos adjetivos. No un cigarrillo, sino tres tazas de café, costó a un celebérrimo cuentista francés la construcción de la siguiente frase:

«Tendió las manos adelante, retrocediendo…» La otra versión era, naturalmente: «Retrocedió, tendiendo las manos adelante…»

Estas pequeñas torturas del arte quedan, también naturalmente, en el borrador de los estilos más fluidos y transparentes.

Los cuentos denominados «fuertes» pueden obtenerse con facilidad sugiriendo hábilmente al lector, mientras se le apena con las desventuras del protagonista, la impresión de que éste saldrá al fin bien librado. Es un fino trabajo, pero que se puede realizar con éxito.

El truc consiste, claro está, en matar a pesar de todo, al personaje.

A este truc podría llamarse «de la piedad», por carecer de ella los cuentistas que lo usan.

De la observación de algunos casos, comunes a todas las literaturas, parecería deducirse que no todos los cuentistas poseen las facultades correspondientes a su vocación. Algunos carecen de la visión de conjunto; otros ven con dificultad el escenario teatral de sus personajes; otros de coger una impresión vaga, aleteante, podríamos decir, como un pájaro todavía pichón que pretendiera revolotear dentro de una jaula que no existe.

En este último caso, el cuentista escribe en prosa.

El arte de agradar a los hombres, el de aquellos a que se denomina generalmente «escritores para hombres», se consigue en el cuerpo bastante bien escribiendo mal el idioma. Me informan de que en otros países esto no es indispensable. Entre nosotros, fuera del arbitrio de exagerar por el contrario el conocimiento de la lengua, no conozco otro eficaz.

Sobre el arte de agradar a las mujeres, el de aquellos a que se denomina generalmente «escritor para damas», tampoco hemos podido informarnos con la debida atención. Parecería ser aquél un don de particularísima sensibilidad, que escapa a la mayoría de escritores.

 

 

Referências:

 

MOURA, Willian Henrique Cândido. Horacio Quiroga e o Manual del perfecto cuentista.

Qorpus. n. 28. 2018. Disponível em: http://qorpus.paginas.ufsc.br/como-e/edicao-n-028/5948-2/ Acesso em fev. 2019.
QUIROGA, Horacio. Los ‘trucs’ del perfecto cuentista. Fundación Horacio Quiroga. Disponível em: https://horacioquiroga.org/ensayos/sobre-el-arte-de-contar-historias/3/. Acesso em fev. de 2019.

 

[1] Mestrando do Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (PGET/UFSC). Bolsista do CNPq. E-mail: willianhenry_@hotmail.com. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil.