Dois olhares sobre “O buraco” – alunos do curso de Artes Cênicas da UFSC

Dois olhares sobre “O buraco”*

 

“Árvore da vida”, Ana Mendieta

 

*A peça “O buraco” pode ser lida, nesta edição, na janela “Teatro na praia”.

Buracos, Corpos e Objetos –  Primeiras impressões sobre O Buraco usando-se da visão performática de Cohen  

 

 

Antonio Cesar Maggione

Araeliz

Cesar Augusto da Silva Manara

Fabrícia Elisa Blasius Souza

Natália Berté*

reforçar o instante e romper com a representação

 

 Texto, personagem único. Proposta de encenação. Fragmentação do texto, das imagens, foco na atmosfera; um apreço especial por essa estética cinza-tão-cinza que permeia tanto as artes nas últimas cinco décadas. No centro disso, um corpo, ao ver o corpo, uma pergunta: qual função desempenha?

 

reforçar o instante e romper com a representação

 

 Esse corpo trata-se de um manequim? Ou seja, ele está lá pelo seu formato, cores, iluminação talvez? Ou quem sabe uma engrenagem, uma ferramenta cuja função é habilitar outros elementos dentro da composição? Olhemos com profundidade. Esse corpo fala, certo, mas ele tem algo a dizer?

 

reforçar o instante e romper com a representação

 

 Sim, aparenta ter, ele fala sobre si, sua situação, e sobre outras coisas aquém do horizonte. Não serve de manequim, certo. E engrenagem? Há um eco que existe em função dele, e vozes que aparentam emanar dele, mas o mesmo aparentemente consegue autojustificar-se. Logo, também não funciona como engrenagem. Suspeitamos, então, que não seja um performer – e então deduzimos que só pode ser o corpo de alguém que atua.

 

reforçar o instante e romper com a representação

 

 Quão bem atua, ou quão bem pode atuar com tal texto, não é do nosso interesse, ao menos não no momento.

 

 

*Alunos do curso de Artes Cênicas da UFSC

 

Sobre “O Buraco”

Jucimara Wachholz

              Daniele Viola

              Beatriz Figueiredo

              Luca Coutinho

              Claci Kunzler*

 

 

No texto alongamento, de Sérgio Medeiros, é evidente que não há uma construção linear (começo, meio e fim) em uma perspectiva aristotélica, como afirma Renato Cohen sobre a performance teatral.

Outro aspecto a destacar é a semelhança que o texto de Alongamento possui com a performance:

A eliminação de um recurso mais racional e a utilização mais elaborada de signos fazem com que o espetáculo performance tenha uma leitura que é antes de tudo uma leitura emocional. Muitas vezes o espectador não “entende” mas “sente” o que está acontecendo (Cohen, R.1989, pag.66)

Assim sendo, não se prioriza o entendimento e sim a sensibilidade que o texto proporciona, priorizando o processo e não o resultado.

 

 

*Alunos do curso de Artes Cênicas da UFSC