Editorial – N. 004 – 11/03/2012
EDITORIAL N.004
Na quarta edição do jornal “Qorpus”, cinema, literatura, performance e teatro caminham lado a lado e dialogam estreitamente.
Destaco, nesta edição, o ensaio de Werner Heidermann sobre a tradução do texto dramático, na janela “Como é”. Segundo Heidermann, podemos comparar o texto dramático a uma partitura, a qual só pode ser interpretada e “desdobrar seu potencial” na hora da realização pelos “instrumentos” previstos na partitura.
Ainda nessa janela, o leitor encontrará duas resenhas de filmes: Alexandre Fernandez Vaz fala sobre a produção nacional mais recente, comentando “O palhaço” (2011), o premiado filme do diretor e ator Selton Mello; e Aurora Bernardini traz à cena o cinema francês contemporâneo, dando destaque ao filme “Tomboy”, dirigido por Céline Sciamma.
Na janela “Como é”, Marina Veshagem conta um pouco de sua experiência com o grupo teatral colombiano “Luz de Luna”, através de um vídeo-documentário de sua autoria. Márcio Cabral fala sobre a peça “Oxigênio”, da Companhia de Teatro de Curitiba, apresentada no final do ano passado na UFSC. Angélica Mahfuz traz uma breve reflexão sobre o teatro contemporâneo e Giovana Ursini analisa o conto “Um artista da fome”, de Franz Kafka. Por fim, um ensaio de minha autoria sobre o teatro infantil contemporâneo.
Em “Teatro na praia”, Sérgio Medeiros fala sobre a cantora e performer Cathy Berberian. Alunos da disciplina “Adaptação, citação e tradução: teatro, cinema e literatura”, da UFSC, apresentam uma adaptação em vídeo do romance “O Senhor Valéry”, do escritor angolano Gonçalo M. Tavares. Ângela Victoriano e Guilherme Oliveira discutem o processo de montagem de “Clowns”, dirigido por Priscila Genara — o espetáculo reestreia em março no campus da UFSC.
Na janela “Teatro na Praia”, o leitor poderá apreciar um fragmento de “Com que se pode jogar”, último livro de Luci Collin, além de uma crônica de Priscila Andreza de Souza e de um fragmento das aventuras do famigerado herói Pantagruel, de François Rabelais, na tradução de Clélia Mello. Clélia Mello lê também dois poemas do livro “Espelho dos Melodramas”, de Rodrigo de Haro, publicado recentemente pela Editora da UFSC. Por fim, a mesma janela traz a tradução de um fragmento do escritor Ivan Goll, por Maria Aparecida Barbosa
Outro destaque desta edição é a publicação, na janela “… à procura de um autor”, de uma entrevista com o diretor do teatro de la Huchette, casa tradicional de Paris. A peça “A cantora careca”, do dramaturgo franco-romeno Eugène Ionesco, está em cartaz nesse teatro desde 1957, sem interrupção. Dois atores da troupe do teatro de la Huchette também participam da entrevista.
Nesta mesma janela, Raquel Wandelli entrevista o multiartista Rodrigo De Haro e o poeta Duda Machado, parceiro de Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros compositores brasileiros.
Na “Agenda Cultural”, convite para conhecer o site da performer e dançarina de butoh Emilie Sugai.
Boa leitura,
Dirce Waltrick do Amarante