Entrevista com a Profa. Maria de Lourdes Borges – Jacqueline Kremer
Florianópolis, 28 de agosto de 2011
Entrevista com a Profa. Maria de Lourdes Borges, secretária da SeCArte.
Por Jacqueline Kremer*
A secretária da SeCArte (Secretaria de Cultura e Arte da UFSC), Maria de Lourdes Alves Borges, a Dudi, como carinhosamente é conhecida,concedeu uma entrevista para o nosso Jornal Qorpus, na qual falou sobre a SeCArte, seu trabalho e projetos. Além disso, com seu jeito peculiar e tranquilo, o assunto foi além do esperado, um aprendizado, com reflexões e frases cheias de significado. Afinal, Dudi não separa a professora de filosofia da secretária e citou uma frase do Enrique Dussel que resume sua postura: “O filósofo, antes de ser um homem inteligente, é um homem eticamente inteligente, bom e justo.”
Na entrevista a seguir, ela falou sobre a Semana Ousada de Arte, o Curso de Artes Cênicas, os espaços físicos e a biblioteca.
JK – Como a SeCArte vê o Curso de Artes Cênicas?
Dudi – Vejo muito positivamente, a SeCArte nasceu junto com o Curso de Artes Cênicas, em 2008. Tenho um carinho especial pelo curso, venho me empenhando para que ele tenha mais e melhores condições, pois sabemos que foi criado sem condições realmente, sem espaço físico, sem condições mínimas para as aulas. O trabalho começou com a Alai e o Sérgio, professores do CCE, e agora conta com muitos outros professores talentosos, todos concursados especificamente para o Curso de Artes Cênicas, que hoje é coordenado pelo Fábio. Pretendemos, num esforço conjunto, melhorar as condições para que o Curso de Artes Cênicas funcione melhor, principalmente aprimorando as condições das salas de aulas específicas.
Sobre o curso, tenho acompanhado também as montagens teatrais. Penso que foram feitas montagens bastante interessantes, desde 2008, em todas as “Semana Ousada de Arte”. No início, em 2008, foram apresentadas mais performances, já no ano passado foram apresentadas mais peças, como Quatro por quatro, com direção do Praxá, e Anestesia, do Fábio. A SeCArte, junto com as Artes Cênicas, também promove este projeto que chamamos de “Primeiro Ato”, que é uma montagem de final de curso, dirigida pelos professores e com atuação dos alunos que finalizam o curso naquele ano. A primeira delas foi Setembro, de que eu gostei bastante. Sempre pensando que antes de tudo não estamos assistindo a atores profissionais, são estudantes, o público precisa entender esta perspectiva.
É um curso com muita garra, tanto dos alunos como dos professores, com um belo futuro pela frente, as produções ficarão cada vez melhores. Neste ano, temos três grupos: Setembro, de “Primeiro Ato”, o Projeto Shakespeare no Bosque, que se inicia em novembro com apresentação de Sonho de uma Noite de Verão, e o L.A Chama, que é um grupo formado por estudantes de Artes Cênicas.
É um curso que produz bastante, com boa qualidade, e o que marca mais, a meu ver, é a energia das pessoas, a obstinação e capacidade de lutar, pois sabemos que arte é difícil, até mesmo dentro da Universidade. Sabemos que a universidade, até bem pouco tempo atrás, era mais tecnológica e científica. O Prata, nosso reitor, tentou mudar isso, mas é claro que precisamos mudar mais ainda, ter um prédio específico para os cursos de Artes, salas bem equipadas.
JK – Quando acessei o site da SeCArte, li sobre a sua missão: “Um centro irradiador das artes e da cultura em SC.” É bastante ampla, significa que todo o Estado receberá essa irradiação de arte e cultura?
Dudi – A ideia é essa, inicialmente, em Florianópolis, com a “Semana Ousada”, que foi uma criação minha e da Claudia Messores, que era Coordenadora de Cultura da UDESC. Hoje é um evento que entrou para o calendário da cidade, como um grande evento, produzido por nós. Temos também o FITA Floripa, antes era uma parceria UFSC/UDESC, agora as duas articuladoras são daqui, a Zélia, do DAC, e a Sassá, das Artes Cênicas. Com o FITA aqui, o campus fica pleno de arte, colorido, com os bonecos, crianças, público diversificado… Eu me lembro que havia saído do Conselho Universitário com o reitor e comentávamos que “nós não imaginávamos isso tempos atrás, e de fato não existia isso.” A universidade conseguiu promover, trazer, inventar eventos e parcerias, e nesses quatro anos a SeCArte se inventou, junto com vários parceiros, como o DAC, as Artes Cênicas e o Cinema.
A ideia é que isso não fique só aqui em Florianópolis, mas se expanda pelos nossos três campi. Imagine, se aqui já é difícil, quanto mais lá. Eles não têm uma estrutura mínima para que as peças sejam apresentadas. Em relação às Cênicas, estamos planejando a ida a esses lugares das peças “Setembro”, dirigida pelo Fábio, e de “Galileu”, pela Carmen Fossari, como peças itinerantes, e adequando as necessidades das peças com o que pode ser oferecido lá. Estamos gerenciando a itinerância de alguns projetos, e o Fábio e a Carmen já estão conversando com os diretores dos campi para ver o que é possível fazer, conforme o que tem lá. Talvez algumas das necessidades para realizar as peças não sejam atendidas, como foram aqui, mas temos o compromisso de fazer nos outros polos.
JK – E com isso, abrem-se novos espaços importantes, como a possibilidade de os diretores apresentarem suas peças, de os atores estarem no palco atuando e levando peças para onde talvez seja escasso o teatro e a formação de público, não é mesmo?
Dudi – Sim, nós vamos formando, possibilitando e viabilizando tudo isso. Às vezes, nesses locais, tem muita iniciativa e apoio da comunidade. Agora, por exemplo, em Araranguá, haverá algumas promoções da UFSC junto com a “Semana de Cultura” da cidade, pois nesses polos nós estamos tentando envolver a cidade como um todo, para viabilizar esses projetos que nós chamamos de “Projetos Itinerantes” de Cênicas, como o “Setembro”, “Galileu” e o filme “A Antropóloga”, do diretor Zeca Pires, que irá junto para conversar e debater sobre o filme. Temos também a Míriam Moritz, nossa maestrina, que apresentará o Coral Madrigal e a Orquestra de Câmara, agora em agosto. Estamos nos expandindo, irradiando essas produções daqui para todo o estado de Santa Catarina.
JK – E quanto à Semana Ousada deste ano, que acontecerá nos dias 21 a 25 de novembro, o que você pode nos contar? Qual é a programação, quais os destaques?
Dudi – Nossa programação foi coletiva e alguns agentes inventaram mais. A Semana tem algumas atrações de fora, que dividimos com a UDESC, e temos apresentações das universidades. Este ano, faremos a abertura com uma orquestra, estamos em negociação com a Camerata. Teremos um Desfile de Modas do pessoal da UDESC, como final do curso, e será no Floripa Music Hall. Traremos duas peças de fora de Santa Catarina, que estamos negociando ainda. É uma força conjunta, nós decidimos um pouco antes, sempre. A partir de agosto nós faremos inscrições para as modalidades de cênicas, curtas e fotografia. Faremos uma descrição e seleção, agora a demanda já é um pouquinho maior, por isso a necessidade de uma pré-seleção em função de termos um programa fechado mais cedo.
A Semana Ousada foi uma ideia que deu certo, realmente as pessoas consideram que é um momento de ousadia, sei que a definição de “ousadia” é difícil, mas nós podemos tentar, e eu, meio que “nietzschiana”, posso apontar, mas não consigo definir! As pessoas dizem assim: “Você precisa de uma definição de ousado”, pois eu sou filósofa e, como tal, eu me dou o direito de pensar o que eu entendo por ousado, e, claro, é algo novo, instigante, diferente, contemporâneo, mas lembro que posso ter uma releitura de algo clássico, meu sonho é, por exemplo, “Dido e Enéas” do Teatro da Vertigem, isso é uma ideia do que eu acho que é ousado, uma peça clássica com uma releitura, com uma encenação contemporânea, e é também o que expressa pesquisa, porque o que nós fizemos quando separamos a SeCArte da Extensão, era pensar a arte como fruto também de uma pesquisa de arte, e isso nas duas universidades. A Semana Ousada foi criada para a apresentação dessa pesquisa em sentido geral, para ver o que nós temos de novidade. Eu e a UDESC acabamos afinando a proposta, pois tínhamos no começo um pouco de dificuldade sobre isso.
JK – E afinal, qual é a proposta?
Dudi – Então, essa era a pergunta. A proposta é apresentar tudo, só o que era extremamente ousado, ou misturar? Chegamos a um meio termo, que é trazer coisas ousadas e abrirmos um espaço para as pessoas apresentarem coisas novas, instigantes, do que é mais contemporâneo, mas pode ser algo de Shakespeare, por exemplo, porém, há daí uma discussão sobre como está sendo feito, a linguajem, o figurino, a entonação da fala dos personagens, e pode ser uma forma contemporânea de fazer Shakespeare, ou Antígona, de repente. Isso não significa que todos os autores sejam contemporâneos, mas é uma forma de expressar contemporaneamente a tradição também.
Eu acho que as pessoas entendem, é por isso que eu digo que eu não sei o que é ousado, não sei definir, mas sei apontar. E não sou só eu, as pessoas acabam tendo uma concepção do que é ousado, elas acabam dizendo: “Eu acho que isso é bem da Semana Ousada!” Ainda que seja difícil dizer o que é ousado, tem tantos sinônimos como contemporâneo, moderno, de vanguarda, instigante, diferente, provocador, mas, claro, não esgota a definição. Uma das coisas que nós acertamos na SeCArte foi isso, mas isso é um momento da mostra, tem ainda toda a questão de pesquisa e das atividades culturais que são o ano inteiro.
JK – De fato, o ousado ficou sendo isso, como a arte é difícil de adjetivar, e você foi muito feliz com o nome “Semana Ousada” e a sugestão de que abre espaço para a criatividade.
Dudi – Sim, e queremos mostrar o que há de qualidade e de diferente até de fora. Principalmente com o que vem de fora, mas este ano uma das grandes atrações é daqui. A ideia é trazer uma peça ousada para que exista essa interação. Teremos duas peças de fora e duas atrações grandes daqui, a Camerata e o Desfile de Modas.
JK – A programação da Semana Ousada, como é feita? Quem são os envolvidos neste trabalho organizacional?
Dudi – Fazemos reuniões com a Comissão Organizadora da SeCArte e Cênicas, depois formamos subcomissões organizadoras que são mais específicas, como as cênicas, cinema, fotografia, música, música erudita, pop, etc., e depois de um certo tempo ficam duas pessoas por área.
JK – Voltando ao assunto das peças que foram apresentadas no DAC, você acha que a tendência é crescer esse entrosamento entre as Artes Cênicas e o DAC, pois antes parecia existir uma relação bastante conflituosa entre esses dois “agentes” de arte, não é mesmo?
Dudi – Sim, acho que agora está tendo uma interação, uma relação bastante amistosa e ao mesmo tempo é garantida a autonomia de cada grupo, pois considero isso bastante importante e tenho pedido muito para os meus departamentos que tenham uma interação com a Universidade, a SeCArte é para a Universidade. Então nós precisamos dessa interação com os cursos de uma maneira geral, com os cursos de Artes Cênicas, Cinema, com Cursos das Humanidades e até com os Tecnológicos, eu tenho solicitado e incentivado esse tipo de relação, que exista com os campi, pois a SeCArte está aí para fomentar a arte e a cultura na universidade e, fazendo isso, transformar esse polo irradiador, que é uma pretensão nossa sermos tão importantes para chegarmos a ser esse polo irradiador relevante em Santa Catarina, mas só vamos conseguir isso através do incentivo e fomento da arte e cultura na Universidade.
E tem vários grupos. Você falou da relação com o DAC, que é um departamento da SeCArte, pois aquela unidade tem um departamento artístico e cultural que é anterior ao Curso de Graduação das Cênicas. Nós, futuramente, teremos também um Curso de Música, com previsão a médio prazo, e quem sabe também, um dia, um Curso de Graduação de Artes Visuais. Acho que é importante que todas as áreas de arte da universidade se comuniquem, mas dentro de uma relação obviamente amistosa e mantendo cada uma sua autonomia. Imagino que isso deva ocorrer entre a Orquestra e o Curso de Música, e entre a Galeria (espero que voltemos a tê-la rapidamente) e, se houver, o Curso de Artes Visuais, o Museu Universitário, que é outro departamento da SeCArte, tem tido uma relação muito boa com o CFH, onde existe um Curso de Museologia. Penso que essa interação hoje se dê da melhor forma possível e cada vez mais forte. Há que se ter uma relação sem perder a autonomia, por exemplo, o Museu Universitário é um modelo disso, porque o museu está ligado à SeCArte e ajudou na formação do Curso de Museologia, que hoje está no CFH, mas cada um tem suas atividades próprias, sem perder a interação, pois a aula inaugural da Museologia é no Museu. O DAC e as Artes Cênicas devem caminhar juntos, vejo que a relação está melhorando e poderá dar ótimos frutos, mas cada um em seus domínios específicos, não falo de domínio político, mas acadêmico, domínio de espaço.
JK – Dudi, achei muito interessante sua colocação e positiva para quem ler essa entrevista, é conciliador e pacífico isso que você acabou de falar, e muito racional também.
Dudi – Sim, porque as pessoas têm sua autonomia, mas nós devemos tentar nos entender, ter uma visão um pouco mais pacífica desse conflito, tentar diminuir os conflitos, pois penso que os dois lados perdem, porque nós estamos numa universidade onde a arte é nova, então já existe um preconceito, uma dificuldade para a arte se impor numa universidade com tradição tecnológica e científica. Se os grupos não se entenderem fica mais complicado, mas eu avalio que há entendimento, com diferenças, ainda mais nas artes. Para mim o entendimento está unido à colaboração entre os setores da SeCArte e os cursos de graduação, não só Cênicas, mas Cinema, ou o CFH, e a Editora com os grupos científicos dentro da universidade relacionados à produção, como, por exemplo, o Direito, hoje nós temos uma ligação com a FUNJAB, teremos uma série do Direito que vai sair pela Editora. Então, a SeCArte tem que promover a universidade como um todo, por isso os departamentos precisam interagir com os cursos de graduação. Volto então ao conflito, muitas vezes em um mesmo departamento tem conflito, então precisa haver mais interação. Vejo o conflito como positivo, às vezes acho que as pessoas são um pouco maniqueístas, pois elas deveriam tentar superar o maniqueísmo, porque cada departamento, cada lugar tem várias pessoas e as pessoas são diferentes, pensam de modo diferente, né?!
Eu acho que, ao afirmar que há uma boa relação, isso não significa dizer que as pessoas não têm diferenças ou que elas vão tirar as diferenças, pois queremos um processo equalizador e todo mundo terá que ser igual — não é isso, as pessoas têm histórias diferentes, os próprios departamentos mostram isso, e falo dos departamentos de curso, do Centro, departamento administrativo e cultural, no caso do DAC, todos os departamentos têm sua pluralidade. O administrador da universidade, na sua função, deve conseguir entender que a universidade é um local de pluralidades, que as várias visões devem ser respeitadas. Às vezes eu vou a uma reunião e não acho que se tem de chegar a uma posição única, acho interessante muitas vezes fazer uma reunião para ver os vários pensamentos, mas, é claro, tem alguns encaminhamentos e é preciso tirar uma posição, um “sim” ou um “não” e votar, mas muito da arte é essa questão das pessoas se expressarem, mostrarem suas visões sem a pretensão da unanimidade, a ideia do Nelson Rodrigues de que “toda a unanimidade é burra” continua, parece-me, atual, já virou um chavão. Por isso acho que é um processo com conflitos, uma coisa nova na universidade, mas tem que ter conflito, não devemos ter medo dos conflitos, acho bom saber o que as pessoas pensam, o que elas refletem, o conflito é uma boa base para a reflexão. Não tem “uma coisa” pronta, às vezes as pessoas dizem: “Eu acho isso!”, e eu falo: “Eu não sei ainda o que eu acho…”, afinal, é uma coisa nova, que está nascendo, que é a arte aqui na universidade, então, o conflito é uma base para a reflexão, vamos refletir sobre esse conflito, o que de fato nós achamos, o que pensamos dessas coisas, afinal, nós não refletimos sobre o idêntico, nós refletimos sobre aquilo que se opõe.
JK- Agora você demonstrou ser filósofa realmente…
Dudi – (Risos) As pessoas tem um pouquinho de medo do conflito, mas não tem que ter, ainda mais em uma universidade, não podemos ter medo de debate, tudo há que ser debatido, esclarecido. Muitas vezes, antes de as pessoas entrarem em uma discussão, eu percebo que elas ficam com medo da discussão: “Ai! Tem duas pessoas do grupo pensando diferente!” Então eu vou lá e defendo a oposição, as pessoas dizem: “Ai, meu Deus! Ela está sendo agressiva!”, é claro que não, é quando eu digo: “Gente, eu estou falando de conflitos, eu vivo disso, filósofo vive disso, filósofo entra na discussão”, você vai numa banca, numa aula, você vai apresentar alguma coisa, não é para as pessoas decorarem aquilo, também tem isso, a experiência do filósofo é isso, se você vai apresentar Kant, Hegel, não é para decorar, tem uma parte que as pessoas têm que absorver um pouco, mas o resto é para as pessoas conversarem, discutirem, para as pessoas levantarem o dedo e dizerem: “Eu acho que isso está totalmente errado, não consegui entender a noção de pluralidade desse filósofo, etc.” O meu “fazer” profissional é o conflito, é a discussão de idéias, e eu acho que isso é bom, ainda mais na universidade. Que venham as ideias diferentes, mas eu percebo que as pessoas se assustam com o conflito, mas eu me assusto mais com o que está morto! O que está vivo não me assusta, os alunos protestam, os professores acham isso e aquilo, as pessoas divergem, isso não me assusta em uma universidade, afinal, ela deve ser algo vibrante. Não tenho medo.
JK – Olhando no site da SeCArte, eu vi que existe a ideia de fomentar a formação de uma Biblioteca de Artes e Humanidades, do que se trata?
Dudi – De fato, isso no fim ficou mais no CFH, ficou como um Centro de Pesquisa de Humanidade, essa biblioteca. Esse projeto está sendo coordenado pelo CFH e outro centro, e até já foi aprovada a parte de estrutura do prédio.
JK – Quando eu li sobre essa biblioteca, pensei imediatamente na precariedade da nossa, a biblioteca das Cênicas.
Dudi – Vai ter um espaço grande nessa biblioteca, acho até possível essa interação, mas acho importante tomar outras atitudes que sejam independentes desse Centro, façam listas de livros para que a gente compre por intermédio da Biblioteca da UFSC, isso é importante. Temos uma pessoa muito legal que é a Narcisa, acho importante falar dela, uma pessoa ótima que temos na biblioteca, por isso é importante que vocês façam listas de livros, tanto das Cênicas, quanto do Cinema, para que nós possamos encaminhar para a compra. Lembrando que há uma burocracia, é preciso que alguém fique encarregado de fazer essa lista, algumas pessoas das Cênicas e do Cinema se encarregariam de fazer uma bibliografia. Depois podem passar para mim ou para o CCE, para que isso seja comprado.
JK- Taí uma boa idéia, a de usarmos o nosso jornal “Qorpus” para apresentar sugestões dos alunos e professores para a aquisição de livros que faltam na biblioteca.
Dudi – Sim, o que está faltando, o que não tem na biblioteca, vocês devem fazer essa lista, acho que a Dirce seria a pessoa indicada para isso, responsável, ótima para pegar essas bibliografias, fazer essa listagem, porque a verba existe.
Eu acho que se déssemos hoje essa lista para a Narcisa, uma lista de livros importantes para as Cênicas, o Cinema, para o Departamento de Artes em geral, se fosse apresentada essa lista na Biblioteca da UFSC, tenho certeza de que vocês teriam esses livros.
JK – Poderíamos ficar horas conversando, filosofando, mas, para finalizar, deixo o espaço aberto para você dizer uma mensagem, ou o que achar interessante.
Dudi – Eu me sinto bastante satisfeita com os trabalhos que os Cursos de Artes estão fazendo. No caso o pessoal das Cênicas, tenho visto o trabalho que é feito lá, com condições muito incipientes, e eu considero um dos melhores cursos da universidade, sei que vai ter um belo futuro pela frente e eu gostaria muito de ajudar o curso cada vez mais. Façam boas coisas, peças e danças, produções cênicas… Acho um pessoal bastante vibrante, tanto os alunos como os professores, não estão mortos! Acho que é um espaço de vida!
*Professora de espanhol. Aluna do Curso de Artes Cênicas da UFSC.